A origem de tudo
Iniciei meu trabalho em 2002, difundindo a Banoffi em Curitiba. Tudo tinha acabado de acontecer! Eu estava voltando para o Brasil depois de ter morado 3 anos em Londres, onde eu havia aprendido todo o básico para uma vida toda! Foi em Londres onde me descobri como chef confeiteira. Desde meu primeiro trabalho registrado na cozinha do Mc Donald´s de Earl´s Court até a posição de ajudante de confeitaria no Balans e depois gerente de uma delicatessen super descolada, foram muitos e muitos aprendizados!
E aqui estava eu, de volta ao Brasil com o inglês fluente, um marido encantador e, aos 29 anos, grávida do meu primeiro filho, César! Para completar o pacote, nessa mesma época comecei a fazer e vender doces naquele minúsculo, mas maravilhoso apartamento! Não tínhamos nem carro, mas a vida era muito boa! Pelo que podemos notar, de lá pra cá, tudo cresceu e frutificou na nossa vida.
De um doce que absolutamente ninguém conhecia por aqui, a minha Banoffi chegou a ser o sabor popular eleito por vários meios de comunicação em toda Curitiba e região. Eu fazia e ainda faço questão de assinar cada fatia ou cada Banoffi inteira que sai da minha cozinha. E se alguém tem alguma dúvida, é só pesquisar: a Banoffi Original é escrita com I, assim como eu faço, e não com EE, como em tantos lugares!
Foram muitos anos de sucesso, de unanimidade e de pessoas se surpreendendo! E agora, temos a Banoffi até no posto Ipiranga de Curitiba!
Com toda essa difusão da Banoffi, veio junto a vontade de ter a minha marca com ainda mais alcance. Mas aí batemos em um ponto crucial: a Banoffi só é a Banoffi da Banoffi porque está sempre fresquinha. Então, a sua maior qualidade também é o seu ponto fraco! Obviamente, é impossível enviá-la pelo correio.
Se era inviável levar a Banoffi da Banoffi, a Original (recuse imitações), para outras cidades e estados, eu tinha que encontrar outro doce tão surpreendente, especial e maravilhoso como a Banoffi. Uma tarefa difícil, certamente, mas não impossível!
O Surgimento dos nossos Torrones
Em 2019, fui morar na Itália temporariamente com meus dois filhos mais novos, o Pedro e o Chicão, para tirarmos a cidadania italiana! Foi uma experiência e tanto. Que terra maravilhosa e que povo espetacular o siciliano! Foi um período repleto de muita pizza, ingredientes dos deuses, sempre comendo muito bem, afinal, na cidade pequena em que vivíamos, comer era uma das principais diversões. Adesso siamo tutti italiani! Depois de seis meses na Sicília e uma paradinha de um mês em Londres, voltamos para Curitiba.
Estávamos vivendo nossa vida a cada dia, eis que minha querida amiga Dete Rinaldin volta de uma viagem pela Europa – sempre Europa – e me traz não um, nem dois, mas três torrones enormes! Acho que ela já sabia que iria me inspirar! Afinal, quem traz da Europa três doces iguais de marcas diferentes para alguém, se não for para um propósito maior?
Délio e eu devoramos os três torrones em menos de dois dias e de repente acendeu uma luz na minha cabeça, a mesma luz que acendeu quando pensei em oferecer a minha Banoffi para o Beto Batata vender em seu restaurante lá em 2003 – o meu primeiro ponto de venda. E então fui atrás de saber: afinal, como se faz torrones?
Me deparei então com um mundo de possibilidades com amêndoas, avelãs, pistaches, casca de laranja, frutas vermelhas, etc. E fora todos esses ingredientes especiais, um método de produção simplesmente MARAVILHOOOOOSO!
O primeiro torrone
No dia 1º de Abril de 2020 fiz minha primeira receita. Depois desse dia já foram inúmeras produções, testes e surpresas agradabilíssimas.
E agora, então, nasce a Torroneria Curitibana de Renatta Ferian!
Um dia desses ouvi uma história dizendo que é mais fácil cair um raio num lugar onde ele já tenha caído anteriormente. Será? Veremos daqui a 18 anos se teremos toda Curitiba e até o Brasil fazendo torrones espetaculares assim como se faz na Europa: cheio de amêndoas, paixão e texturas surpreendentes!
O futuro
O futuro, eu não sei como será. Meu torrone nasceu durante a quarentena e foi em casa que ele foi gestado. Mas é aqui que eu te apresento um doce que, assim como a minha querida Banoffi, tem o DNA para conquistar o mundo!